terça-feira, 2 de março de 2010

O QUE É SOCIOLOGIA E SUA ORIGEM!

  • Salve, galera! Demorou, mais segue alguns textos interessantes para nosso começo de curso.
Curtam bastante... rsrsrsrsrs
PAZ E BEM!




O QUE É SOCIOLOGIA
CARLOS BENEDITO MARTINS


O surgimento da sociologia ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista, ela surge como resposta intelectual aos acontecimentos existentes na Europa do Séc. XIX; as transformações ocorridas na Europa da baixa idade média propiciaram mudanças que levaram ao surgimento da sociologia como disciplina e objeto de estudo de vários pesquisadores. Na alta idade média predominava a força da igreja católica que determinava o que era certo e errado, verdadeiro e falso, através do pensamento teológico; o mundo, as mudanças no comportamento humano e até mesmo modificações na natureza eram explicados com base na teologia e fé católicas – esse é o aspecto religioso por assim dizer. Com a reforma protestante, a igreja católica perdeu espaço para o protestantismo que enxergava o ser humano, como um ser caído, distante de Deus, sozinho no mundo – essa individualização é importante ser observada pois antes desse conceito os homens não existiam separados do seu grupo, da sua comunidade; outro aspecto importante é que a revolução industrial retirou das mãos dos artesãos e dos ourives as ferramentas e os meios de produção e os transformou em trabalhadores assalariados, neste período houve uma grande migração e os homens do campo tornaram-se homens das cidades.
É comum encontrarmos Saint-Simon(1760-1825) entre os primeiros pensadores socialistas, ele é saudado como um dos fundadores juntamente com Auguste Comte do positivismo; Durkheim costumava afirmar que o considerava o iniciador do positivismo e o verdadeiro pai da sociologia. Saint-Simon sofreu a influência de idéias iluministas e revolucionárias, mas também foi seduzido pelo pensamento conservador. Na visão dos positivistas a sociedade européia encontrava-se em um profundo estado de caos social; as idéias religiosas havia há muito perdido sua força na conduta dos homens e não seria a partir da religião a reorganização da sociedade, muito menos das idéias iluministas. A verdadeira filosofia no seu entender deveria proceder diante da realidade de forma “positiva”, a escolha dessa palavra tinha a intenção de diferenciar a filosofia criada por Comte da filosofia do séc. XVIII que era “negativa”, ou seja, contestava as instituições sociais que ameaçavam a liberdade dos homens. O positivismo procurou oferecer uma orientação geral para a formação da sociologia ao estabelecer que a sociologia deveria proceder em suas pesquisas com o mesmo estado de espírito que dirigia a astronomia e a física rumo as suas descobertas. Comte considerava como um dos pontos altos da sua sociologia a reconciliação entre a “ordem” e o “progresso”.


SOCIOLOGIA
Pérsio Santos de Oliveira

HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Durante milhares de anos os seres humanos vêm refletindo sobre os grupos e as sociedades em que vivem procurando compreendê-los.
MITOLOGIA: As primeiras tentativas de compreender o fenômeno das forças sociais baseavam-se na imaginação, na fantasia, na especulação. Recorria-se, por exemplo, a deuses e heróis para explicas certos fenômenos sociais.
Na mitologia grega, Zeus, protegia o casamento e era a divindade que tutelava a vida familiar.

RELIGIÃO E FILOSOFIA: Na Antiguidade e durante a Idade Média, até o início da Idade Moderna, as tentativas de explicar a sociedade foram bastante influenciadas pela filosofia e pela religião, que propunham normas para a sociedade, procurando melhora-la de acordo com seus princípios.
Essas primeiras tentativas de estudo sistemático sobre a sociedade humana começaram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.). Cem seu livro A república, e Aristóteles (384-322 a.Ccom a obra Política). É de Aristóteles a afirmação de que “o homem nasce para viver em sociedade”.

Na Idade Média, como acontecia na Antiguidade, os filósofos continuaram a propor normas para que o ser humano vivesse numa sociedade ideal. Santo Agostinho, por exemplo, em sua obra A Cidade de Deus, afirmava que nas cidades reinava o pecado. Propunha normas para que não houvesse pecado. Obras como essas descreviam a sociedade humana de uma perspectiva religiosa muito acentuada.

REFLEXÃO MAIS REALISTA: Com o Renascimento, começaram a surgir pensadores que abordavam os fenômenos sociais de maneira mais realista. Escreveram sobre a sociedade de sua época: Maquiavel, em O Príncipe; Tomás Morus, em Utopia; Tomaso Campanella, em Cidade do Sol; Francis Bacon, em Nova Atlântida.
Mais tarde, outras obras importantes, frutos da reflexão sobre a sociedade, deram grande contribuição ao desenvolvimento das Ciências Sociais. Entre elas, destacam-se O Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã, e O Leviatã, de Thomas Hobbes.

A NOVA CIÊNCIA: No século XVIII, um avanço importante para a análise mais realista da sociedade foi à contribuição de Giambattista Vico, com sua obra A Nova Ciência. Nela, Vico afirma que a sociedade se subordina a leis definidas, que podem ser descobertas pelo estudo e pela observação objetiva. Sua formulação “O mundo social é, com toda certeza, obra do homem” foi um conceito totalmente revolucionário para a época.
Alguns anos depois, Jean-Jacques Rousseau reconheceu a influencia decisiva da sociedade sobre o indivíduo. Em seu livro O Contrato Social, Rousseau afirma que “O homem nasce puro, a sociedade é que o corrompe”. Hoje sabe-se que o indivíduo também influencia o meio e que não nascemos tão puros assim,considerando-se a teoria dos instintos, de Sigmund Freud.
Foi no século XIX-com Augusto Comte, Herbert Spencer, Gabriel Tarde e, principalmente, Émile Durkeim, Max Weber e Karl Marx- que a investigação dos fenômenos sociais ganhou um caráter verdadeiramente científico.


O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Émile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais.
FATOS SOCIAS: U m exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um aluno chegasse á escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.
Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.
Para Durkheim, os fatos sociais são os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características:
-generalidade - o fato social é comum aos membros de um grupo;
-exterioridade - o fato social é extremo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
-coercitividade - os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.
Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.

OS NOVOS DESAFIOS PARA A SOCIOLOGIA: As obras de Durkheim foram importantíssimas para definir os métodos de trabalho dos sociólogos e estabelecer os principais conceitos da nova ciência. Entre essas obras, destacamos A divisão do trabalho social, As regras do método sociológico e O suicídio.
A partir da segunda metade do século XX, com o fortalecimento do capitalismo, que se tornou também mais complexo, a Sociologia ganha nova importância, deparando-se com questões com que até então não havia se preocupado.
Estudo de questões como ruptura de normas sócias, desagregação familiar, cidadania, maiorias, violência, crimes levaram a Sociologia a procurar respostas para os novos desafios, que exigem uma análise científica de todos os aspectos da vida em sociedade, para entender o presente e projetar o futuro.
A Sociologia moderna coube debruçar-se sobre todos os agentes sociais que provocam profundas modificações na sociedade. Assim foi consolidando o seu papel, á medida que definiu sua forma de pesquisa, análise e interpretação dos fenômenos sociais. O sociólogo, por sua, não pode perder de vista a noção de relatividade dos fenômenos sociais e as diversas formas como esses fenômenos se apresentam no mundo de hoje. Como exemplo de relatividade de fenômeno social, temos o desemprego, que pode ocorrer em determinados países e em outros não, pois depende muito do desempenho da economia da cada pais e das regras que norteiam cada política social.