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domingo, 15 de novembro de 2009
ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL
Mobilidade social
Em maio de 1953, Lourenço Carvalho de Oliveira, nascido na pequena aldeia de Vigia, no norte de Portugal, desembarcou no porto de Santos, no litoral de São Paulo, depois de onze dias de viagem na terceira classe do transatlântico Vera Cruz. Em sua terra, deixara a mulher e três filhos pequenos vivendo graças à solidariedade de parentes e vizinhos.
Foi morar de favor na casa de um primo e arrumou emprego como ajudante num bar. Eco¬nomizou muito, mandou buscar a família e conseguiu, depois de anos de trabalho e privações, abrir uma pequena venda em sociedade com um amigo.
O negócio foi crescendo: primeiro uma mercearia, depois um mercado, a seguir um supermercado. Em 1988, 35 anos depois de chegar ao Brasil, o Sr. Lourenço era dono de uma grande rede de supermercados, tendo se tornado um dos mais influentes membros da Associação Comercial de São Paulo. Seus filhos têm curso superior e um deles é professor na Uni¬versidade de São Paulo.
Essa história de vida mostra que os indivíduos, numa sociedade capitalista, podem chegar a ocupar diferentes posições sociais - ou estratos - durante a vida. É possível que alguns deles, que integram o estrato de baixa renda (camada C), passem a integrar o de renda média (camada B) ou mesmo o de renda alta (camada A).
Por outro lado, alguns indivíduos da camada A podem ter sua renda diminuída, passando a integrar as camadas B ou C. Do ponto de vista sociológico, os dois fenômenos são caracterizados como manifestações de mobilidade social.
Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa (ou grupo de pessoas) num determinado sistema de estratificação social.
Fique por dentro
Em uma sociedade aberta e democrática, é comum pessoas de um grupo social passarem para outro grupo, mais ou menos elevado na escala social.
A esse fenômeno, que tanto pode ser ascendente como descendente, dá-se o nome de mobilidade social. No Brasil, a chegada do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em janeiro de 2003 é expressão dessa mobilidade. Com ele, passaram a integrar o governo diversas pessoas provenientes das camadas mais baixas da sociedade. É o caso, por exemplo, de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente , que foi seringueira no Acre e só pôde estudar a partir dos 17 anos.
Tipos de mobilidade social
Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido ascendente ou descendente na hierarquia social, dizemos que a mobili¬dade social é vertical. Quando a mudança de uma posição social a outra se opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve mobilidade social horizontal.
Texto: Um árduo caminho rumo ao topo
Mobilidade social é um termo neutro no universo das Ciências Sociais. Ele pode indicar algo positivo a respeito de um país, caso as pessoas estejam ascendendo na pirâmide que define as classes sociais. E também pode ser negativo se o movimento for inverso.
No Brasil, mobilidade social, sob a for¬ma de ascensão, ainda está entre as mais altas do mundo, apesar da crise econômica dos últimos anos.
O sociólogo José Pastore, especialista no assunto, lembra que, do universo dos que se movem, 80% subiram na escala social e 20% desceram em uma geração. “ A maioria das famílias brasileiras está em condições melhores do que a geração anterior”, reforça Pastore. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 40% das pessoas vivem melhor hoje do que há vinte anos.
De forma geral, pode-se afirmar que um país com tal mobilidade social deveria estar se transformando num modelo de sociedade homogênea e igualitária, algo como a Suécia, por exemplo.
A classe que engloba os mais abastados, que era formada por 3,5% dos brasileiros no passado, hoje chega a 5%, segundo dados de Pastore. É um aumento significativo, mas outros aspectos ligados ao desenvolvimento da economia brasileira sugerem que os indicadores a respeito da distribuição de renda talvez não sejam tão animadores. A maioria dos brasileiros está subindo apenas um pouco. E o avanço social de algumas famílias está ligado ao fracasso de outras.
Se o Brasil entrar numa nova fase de crescimento de sua economia, é possível que isso mude. A base de superação das desigualdades sociais já está sendo lançada: ampliou-se a oferta de vagas nas universidades, por exemplo. No Brasil, o número de matrículas no ensino superior triplicou em uma década, e o país está superando o atraso histórico de sua educação em relação à Argentina.
(Revista Veja, Edição Especial, maio, 2002)
Mobilidade social vertical
A mobilidade social vertical pode ser:
• Ascendente ou de ascensão social: quando a pessoa melhora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo economicamente superior a seu grupo anterior;
• Descendente ou de queda social: quando a pessoa piora de posição no sistema de estratificação, passando a integrar um grupo economicamente inferior.
O filho de um operário que, por meio do es¬tudo, passa a fazer parte da classe média é um exemplo de ascensão social. A falência e o conseqüente empobrecimento de um comerciante, em contrapartida, é um exemplo de queda social.
Assim, tanto a subida quanto a descida na hierarquia social são manifestações de mobilidade social vertical.
Mobilidade social horizontal
Uma pessoa se muda do interior para a capital. No interior, ela defendia idéias políticas conservadoras; agora, na capital, sob novas influências, passa a defender as idéias de um partido progressista. Seu nível de renda, porém, não se alterou substancialmente. A situação mostra uma pessoa que experimentou alguma mudança de posição social mas que, apesar disso, permaneceu no mesmo estrato social.
Assim, a mudança de uma posição social dentro da mesma camada social caracteriza-se como mobilidade social horizontal.
Democracia e mobilidade social
O fenômeno da mobilidade social varia de uma sociedade para outra. Em algumas sociedades ela ocorre mais facilmente; em outras, praticamente inexiste no sentido vertical ascendente. É mais fácil ascender socialmente nos Estados Unidos, por exemplo, do que no interior da índia, ainda dominado pela estratificação social em castas.
A mobilidade social ascendente é mais freqüente numa sociedade democrática aberta, que enaltece a escalada rumo ao topo de indivíduos de origem humilde - como nos Estados Unidos -, do que numa sociedade de tradição aristocrática, como a Inglaterra.
Entretanto, é bom esclarecer que, mesmo numa sociedade capitalista mais aberta, a mobilidade social vertical não se dá de maneira igual para todos os indivíduos. A ascensão social depende muito da origem de classe de cada indivíduo.
Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidades e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das classes inferiores.
Isso pode ser facilmente verificado no caso dos jovens que pretendem fazer o curso superior. Aqueles que, desde o início de sua vida escolar, freqüentaram boas escolas e, além dis¬so, estudaram em cursinhos preparatórios de boa qualidade, têm mais possibilidades de aprovação nos vestibulares das universidades públicas e privadas do que os jovens provenien¬tes das classes de baixa renda.
Em maio de 1953, Lourenço Carvalho de Oliveira, nascido na pequena aldeia de Vigia, no norte de Portugal, desembarcou no porto de Santos, no litoral de São Paulo, depois de onze dias de viagem na terceira classe do transatlântico Vera Cruz. Em sua terra, deixara a mulher e três filhos pequenos vivendo graças à solidariedade de parentes e vizinhos.
Foi morar de favor na casa de um primo e arrumou emprego como ajudante num bar. Eco¬nomizou muito, mandou buscar a família e conseguiu, depois de anos de trabalho e privações, abrir uma pequena venda em sociedade com um amigo.
O negócio foi crescendo: primeiro uma mercearia, depois um mercado, a seguir um supermercado. Em 1988, 35 anos depois de chegar ao Brasil, o Sr. Lourenço era dono de uma grande rede de supermercados, tendo se tornado um dos mais influentes membros da Associação Comercial de São Paulo. Seus filhos têm curso superior e um deles é professor na Uni¬versidade de São Paulo.
Essa história de vida mostra que os indivíduos, numa sociedade capitalista, podem chegar a ocupar diferentes posições sociais - ou estratos - durante a vida. É possível que alguns deles, que integram o estrato de baixa renda (camada C), passem a integrar o de renda média (camada B) ou mesmo o de renda alta (camada A).
Por outro lado, alguns indivíduos da camada A podem ter sua renda diminuída, passando a integrar as camadas B ou C. Do ponto de vista sociológico, os dois fenômenos são caracterizados como manifestações de mobilidade social.
Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa (ou grupo de pessoas) num determinado sistema de estratificação social.
Fique por dentro
Em uma sociedade aberta e democrática, é comum pessoas de um grupo social passarem para outro grupo, mais ou menos elevado na escala social.
A esse fenômeno, que tanto pode ser ascendente como descendente, dá-se o nome de mobilidade social. No Brasil, a chegada do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em janeiro de 2003 é expressão dessa mobilidade. Com ele, passaram a integrar o governo diversas pessoas provenientes das camadas mais baixas da sociedade. É o caso, por exemplo, de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente , que foi seringueira no Acre e só pôde estudar a partir dos 17 anos.
Tipos de mobilidade social
Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido ascendente ou descendente na hierarquia social, dizemos que a mobili¬dade social é vertical. Quando a mudança de uma posição social a outra se opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve mobilidade social horizontal.
Texto: Um árduo caminho rumo ao topo
Mobilidade social é um termo neutro no universo das Ciências Sociais. Ele pode indicar algo positivo a respeito de um país, caso as pessoas estejam ascendendo na pirâmide que define as classes sociais. E também pode ser negativo se o movimento for inverso.
No Brasil, mobilidade social, sob a for¬ma de ascensão, ainda está entre as mais altas do mundo, apesar da crise econômica dos últimos anos.
O sociólogo José Pastore, especialista no assunto, lembra que, do universo dos que se movem, 80% subiram na escala social e 20% desceram em uma geração. “ A maioria das famílias brasileiras está em condições melhores do que a geração anterior”, reforça Pastore. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 40% das pessoas vivem melhor hoje do que há vinte anos.
De forma geral, pode-se afirmar que um país com tal mobilidade social deveria estar se transformando num modelo de sociedade homogênea e igualitária, algo como a Suécia, por exemplo.
A classe que engloba os mais abastados, que era formada por 3,5% dos brasileiros no passado, hoje chega a 5%, segundo dados de Pastore. É um aumento significativo, mas outros aspectos ligados ao desenvolvimento da economia brasileira sugerem que os indicadores a respeito da distribuição de renda talvez não sejam tão animadores. A maioria dos brasileiros está subindo apenas um pouco. E o avanço social de algumas famílias está ligado ao fracasso de outras.
Se o Brasil entrar numa nova fase de crescimento de sua economia, é possível que isso mude. A base de superação das desigualdades sociais já está sendo lançada: ampliou-se a oferta de vagas nas universidades, por exemplo. No Brasil, o número de matrículas no ensino superior triplicou em uma década, e o país está superando o atraso histórico de sua educação em relação à Argentina.
(Revista Veja, Edição Especial, maio, 2002)
Mobilidade social vertical
A mobilidade social vertical pode ser:
• Ascendente ou de ascensão social: quando a pessoa melhora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo economicamente superior a seu grupo anterior;
• Descendente ou de queda social: quando a pessoa piora de posição no sistema de estratificação, passando a integrar um grupo economicamente inferior.
O filho de um operário que, por meio do es¬tudo, passa a fazer parte da classe média é um exemplo de ascensão social. A falência e o conseqüente empobrecimento de um comerciante, em contrapartida, é um exemplo de queda social.
Assim, tanto a subida quanto a descida na hierarquia social são manifestações de mobilidade social vertical.
Mobilidade social horizontal
Uma pessoa se muda do interior para a capital. No interior, ela defendia idéias políticas conservadoras; agora, na capital, sob novas influências, passa a defender as idéias de um partido progressista. Seu nível de renda, porém, não se alterou substancialmente. A situação mostra uma pessoa que experimentou alguma mudança de posição social mas que, apesar disso, permaneceu no mesmo estrato social.
Assim, a mudança de uma posição social dentro da mesma camada social caracteriza-se como mobilidade social horizontal.
Democracia e mobilidade social
O fenômeno da mobilidade social varia de uma sociedade para outra. Em algumas sociedades ela ocorre mais facilmente; em outras, praticamente inexiste no sentido vertical ascendente. É mais fácil ascender socialmente nos Estados Unidos, por exemplo, do que no interior da índia, ainda dominado pela estratificação social em castas.
A mobilidade social ascendente é mais freqüente numa sociedade democrática aberta, que enaltece a escalada rumo ao topo de indivíduos de origem humilde - como nos Estados Unidos -, do que numa sociedade de tradição aristocrática, como a Inglaterra.
Entretanto, é bom esclarecer que, mesmo numa sociedade capitalista mais aberta, a mobilidade social vertical não se dá de maneira igual para todos os indivíduos. A ascensão social depende muito da origem de classe de cada indivíduo.
Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidades e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das classes inferiores.
Isso pode ser facilmente verificado no caso dos jovens que pretendem fazer o curso superior. Aqueles que, desde o início de sua vida escolar, freqüentaram boas escolas e, além dis¬so, estudaram em cursinhos preparatórios de boa qualidade, têm mais possibilidades de aprovação nos vestibulares das universidades públicas e privadas do que os jovens provenien¬tes das classes de baixa renda.
(Texto recolhida da Internet)
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