segunda-feira, 11 de abril de 2016

1º ANO - CONCEITOS BÁSICOS (PARTE I)

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CONCEITOS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DA VIDA SOCIAL
Pérsio Santos de Oliveira


  • SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO: reflita sobre este pensamento de Aristóteles (384-322 a.C): “O homem é por natureza um animal social”. O que isso quer dizer? A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes para sobreviver, perpetuar a espécie e também para se realizar plenamente como pessoa.
A sociabilidade – capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade – desenvolve-se pelo processo de socialização. Pela socialização o individuo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos daquele grupo.
Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, seus valores e costumes, o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada a socialização do indivíduo, mais sociável ele poderá se tornar.

  • CONTATOS SOCIAIS: ao dar uma aula, o professor entra em contato com seus alunos. O cliente e o vendedor de uma loja estabelecem contato na hora da venda de uma mercadoria. Duas pessoas conversando também estabelecem um contato social. A convivência humana pressupõe uma verdadeira de formas de contatos sociais. Você mesmo pode relacionar diversas formas, a começar pela maneira como adquiriu este livro ou pelas relações ou contatos sociais que manteve para chegar até esta etapa de sua educação formal.

O contato social é à base da vida social. É o primeiro passo para que ocorra qualquer associação humana.

-TIPOS DE CONTATOS SOCIAIS: podemos considerar que existem dois tipos de contatos sociais: primários e secundários.
Contatos Sociais Primários. São os contatos pessoais, diretos e que têm uma forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais. São exemplos característicos de contatos sociais primários: os familiares( que ocorrem entre pais e filhos, entre irmãos, entre marido e mulher); os de vizinhança ( entre amigos, grupos de brincadeira e lazer); as relações sociais na escola, no clube, etc. Assim, as primeiras experiências do indivíduo se fazem com base em contatos sociais primários.
Contatos sociais secundários. São os contatos impessoais, calculados, formais. Trata-se mais de um meio para atingir determinado fim. Dois exemplos: o contato do passageiro com o cobrador do ônibus, apenas para pagar a passagem; o contato do cliente com o caixa do banco, para descontar um cheque. São também considerados contatos secundários os contatos mantidos através de carta, telefone, telegrama, e-mail,etc.

PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS: é importante destacar que as pessoas que têm uma vida baseada mais em contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daquelas que têm uma vida com predominância de contatos secundários. Um lavrador, por exemplo, apresenta uma personalidade bastante diversa da de um executivo.
Com a industrialização e a conseqüente urbanização diminuíram os grupos de contatos primários, pois a cidade é a área em que há mais grupos nos quais predominam os contatos secundários.
As relações humanas nas grandes cidades podem ser mais fragmentadas e impessoais, caracterizando uma tendência aos contatos sociais secundários e ao individualismo, pois aproximadamente física não significa necessariamente proximidade afetiva. A vida nas metrópoles, por exemplo, facilita os conflitos. Um exemplo de individualismo cultivado nas grandes cidades são as brigas no transito, cada vez mais freqüentes, muitas com desfecho violento.

  • Convívio social, isolamento e atitudes: a História demonstra que o convívio social foi e continua a ser decisivo para o desenvolvimento da humanidade. As descobertas feitas por um grupo, quando comunicadas ás outras pessoas, tornam-se estimulo e ponto de partida para aperfeiçoamentos e novas descobertas. Transmitidas de geração a geração, esses conhecimentos compartilhados não perdem com a morte de seus descobridores. No convívio social, o compartilhamento entre indivíduos se dá pelos contatos sociais.

A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social. Existem mecanismos que reforçam o isolamento social. Entre eles estão as atitudes de ordem social e as atitudes de ordem individual.
As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceitos (de cor, de religião, de sexo, etc.). Um exemplo histórico de preconceito é o anti-semitismo, voltado contra os judeus. Tal atitude foi especialmente violenta durante a Idade Média e também entre os anos de 1933 e 1945, nos países dominados pela ideologia nazista. A África do Sul é outro exemplo de país onde por várias décadas imperou uma legislação que afastava do convívio social com os brancos a maior parte da população: era o apartheid, que minoria branca impunha á maioria negra, relegando seus membros á condição de cidadãos inferiores.
Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento social é a timidez. O sociólogo Karl Mannheim considera que a timidez, o preconceito e a desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento parcial semelhante ao ocasionado de modo geral pelas deficiências físicas, quando os portadores são segregados dentro de seu próprio grupo primário.

  • Quebrando as regras: O ser humano se guia pela inteligência. Sobre a necessidade de vida gregária (em grupo), edificamos o convívio social.
As formas de convívio social são diversificadas, pois cada cultura, cada povo, tem suas regras particulares de convivência humana.
As condições de convivência podem se modificar de acordo com certas transformações que ocorrem nas sociedades. Por exemplo, a situação da mulher de maneira geral foi se modificando rapidamente ao longo das últimas décadas do século XX. Quem imaginaria, nos anos de 1920, a mulher brasileira votando. Pois as brasileiras obtiveram direito de voto apenas em 1933. Difícil também imaginar, há cinqüenta anos, mulheres ocupando cargos executivos em grandes empresas ou trabalhando em fábricas de montagem lado a lado com os homens, ou dirigindo a economia e a política de uma grande nação, como foi o caso de Margareth Thatcher, na Inglaterra, nos anos de 1979 a 1990. No Brasil, temos inúmeros exemplos de destaques femininos, tanto na política como em outras diversas atividades sociais. É cada vez mais comum mulheres ocupando cargos executivos ou dirigindo a economia e a política.

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