quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CULTURA E IDEOLOGIA

Salve!
Para a galera do 2º Ano do Altamiro. Alguns pontos que falamos em sala de aula. É um material colhido da internet. Só não tenho mais a fonte.


3º Ano do EM
Prof. Osnildo F. Kretzer
 
Cultura e sociedade

Conceito de cultura (extraído do Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI):
  • O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade.

Nas ciências humanas, opõe-se por vezes à idéia de natureza, ou de constituição biológica, e está associada a uma capacidade de simbolização considerada própria da vida coletiva e que é a base das interações sociais.

CONCEITO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA: A DESNATURALIZAÇÃO DOS COSTUMES

Desde a Antigüidade, tem-se tentado explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das diversidades genéticas ou geográficas.
As características biológicas não são determinantes das diferenças culturais: por exemplo, se uma criança brasileira for criada na França, ela crescerá como uma francesa, aprendendo a língua, os hábitos, crenças e valores dos franceses.
Podemos citar, ainda, o fato de que muitas atividades que são atribuídas às mulheres numa cultura são responsabilidade dos homens em outra.
O ambiente físico também não explica a diversidade cultural. Por exemplo, os lapões e os esquimós vivem em ambientes muito semelhantes – os lapões habitam o norte da Europa e os esquimós o norte da América. Era de se esperar que eles tivessem comportamentos semelhantes, mas seus estilos de vida são bem diferentes. Os esquimós constroem os iglus amontoando blocos de gelo num formato de colméia e forram a casa por dentro com peles de animais. Com a ajuda do fogo, eles conseguem manter o interior da casa aquecido. Quando quer se mudar, o esquimó abandona a casa levando apenas suas coisas e constrói um novo iglu.
Os lapões vivem em tendas de peles de rena. Quando desejam se mudar, eles têm que desmontar o acampamento, secar as peles e transportar tudo para o novo local.
Os lapões criam renas, enquanto os esquimós apenas caçam renas.
Outros exemplos são as tribos de índios que habitam uma mesma área florestal e têm modos de vida bem diferentes: algumas são amigáveis, enquanto outras são ferozes; algumas se alimentam de vegetais e sementes, outras caçam; têm rituais diferentes; etc.
O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo chamado endoculturação ou socialização. Pessoas de raças ou sexos diferentes têm comportamentos diferentes não em função de transmissão genética ou do ambiente em que vivem, mas por terem recebido uma educação diferenciada.
Assim, podemos concluir que é a cultura que determina a diferença de comportamento entre os homens.
O homem age de acordo com os seus padrões culturais, ele é resultado do meio em que foi socializado.

ETNOCENTRISMO

Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.
Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do "eu", o "nosso" grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí então de repente, nos deparamos com um "outro", o grupo do "diferente" que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este outro também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.
Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. Grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural.
Mas, existem idéias que se contrapõem ao etnocentrismo. Uma das mais importantes é a de relativização. Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece: estamos relativizando. Quando compreendemos o "outro" nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.
CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA

Ao analisar o Renascimento, movimento cultural surgido no norte da Itália nos séculos XIV e XV, percebemos que ele estava ligado a uma determinada parcela da população da Europa: a burguesia.
A burguesia era formada por comerciantes que tinham como objetivo principal o lucro, através do comércio de especiarias vindas do Oriente. Esse segmento da sociedade conquistou não apenas novos espaços sociais e econômicos, mas também procurou resgatar ou fazer renascer antigos conhecimentos da cultura greco-romana. Daí o nome Renascimento.
A burguesia não só assimilou esses conhecimentos como acrescentou outros, ampliando o seu universo cultural. Por exemplo, ao tentar reviver o teatro de Sófocles e Eurípides (que viveram na Grécia antiga), os poetas italianos do século XVI substituíram a simples declamação pela recitação cantada dos textos, acompanhada por instrumentos musicais. Dessa forma, acabaram por criar um novo gênero – a ópera.
Desde a sua origem, a burguesia preocupou-se com a transmissão de seus conhecimentos a seus pares. A partir daí foram surgindo instituições, como as universidades, as academias e as ordens profissionais (advogados, médicos, engenheiros e outros). Com o passar dos séculos e com o processo de escolarização, a cultura dessa elite burguesa tomou corpo, desenvolveu-se e requintou-se com a tecnologia.
Essa cultura erudita ou “superior”, também designada cultura de elite, foi se distanciando da cultura da maioria da população, pois era feita pela e para a burguesia.
A cultura popular, por sua vez, mais próxima do senso comum e mais identificada com ele, é produzida e consumida pela própria população, sem necessitar de técnicas racionalizadas e científicas. É uma cultura em geral transmitida oralmente, registrando as tradições e os costumes de um, determinado grupo social. Da mesma forma que a cultura erudita, a cultura popular alcança formas artísticas expressivas e significativas.

INDÚSTRIA CULTURAL*

A pesquisa social levada a efeito pela teoria critica, propõe-se como teoria da sociedade entendida como um todo; daí, a polemica constante contra as disciplinas setoriais.
 Denunciando a separação e a oposição do indivíduo em relação à sociedade como resultante histórica da divisão de classes, a teoria critica confirma a sua tendência para a critica dialética da economia política. O ponto de partida da teoria critica é a análise do sistema da economia de mercado: desemprego, crises econômicas, militarismo, terrorismo, a condição global das massas, não se baseia nas possibilidades técnicas reduzidas, como era possível no passado, mas em relações produtivas já não adequadas à situação atual.

 A industria cultural como sistema:
 O termo Industria Cultural, surgiu para substituir a expressão “cultura de massa” nas notas anteriores à edição definitiva da Dialética do Iluminismo. Desde o inicio a interpretação corrente é a de que se trate de uma cultura que nasce espontaneamente das próprias massas, de uma forma contemporânea de arte popular.
 A estratificação dos produtos culturais, segundo a sua qualidade estética ou o seu interesse, é perfeitamente adequada à lógica de todo o sistema produtivo.
 Este sistema condiciona, evidentemente, de forma total, o tipo e a função do processo de consumo e a sua qualidade, bem como a autonomia do consumidor. A máquina da Indústria Cultural, ao preferir a eficácia dos seus produtos, determina o consumo e exclui tudo o que é novo, tudo o que se configura como risco inútil.

 Os efeitos dos meios de comunicação de massa*:
A estrutura multiestratificada das mensagens reflete a estratégia da manipulação da Indústria Cultual. Tudo quanto ela comunica foi organizado pôr ela própria com o objetivo de seduzir os espectadores a vários níveis psicológicos, simultaneamente. Com efeito, a mensagem oculta pode ser mais importante do que a que se vê, já que aquela escapara ao controle da consciência, não será impedida pelas resistências psicológicas aos consumos e penetrara provavelmente no cérebro dos espectadores.
 A maioria dos espetáculos televisivos visa a produção ou, pelo menos, a reprodução de muita mediocridade, de inércia intelectual e de credulidade que parecem adequar-se aos credos totalitários, mesmo que a mensagem explicita e visível dos espetáculos possa ser antitotalitária.
 A manipulação do público – perseguida e conseguida pela Indústria Cultural entendida como forma de domínio das sociedades altamente desenvolvidas – passa assim para o meio televisivo, mediante efeitos que se põem em prática nos níveis latentes das mensagens. Através do material que observa, o observador é continuamente colocado, sem o saber, na situação de absorver ordens, indicações, proibições.



* O termo indústria cultural foi criado em 1947, por Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), membros de um grupo de filósofos conhecido como Escola de Frankfurt.
* Televisão, jornais, revistas, rádio, Internet, etc.

2 comentários:

  1. Olá! Estou com um novo blog, gostaria muito de receber sua visita por lá. http://torredepalavras.blogspot.com

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  2. Bom dia, Osnildo!

    Excelente tema abordado!

    Mas um dos fatores cruciais na mudança da vida do ser humano, talvez vc tenha esquecido de citar, que a adolescência, onde um turbilhão de valores faz com que o ser humano numa determinada época mude os conceitos de sua vida completamente, de enfrentar, ver o mundo contrário aos valores e conceitos que aprendeu até então.

    Quanto a mídia!

    Essa sim, é uma grande fator que influência, tornando e distorcendo valores nos quais nossos pais nos passaram.

    Muito bom seu post, meus parabéns

    Uma ótima páscoa pra ti r toda a sua família

    Abraços

    Marcio RJ

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